Numa tarde de sábado podemos observar a grande movimentação num ponto da Avenida São João via conhecida no centro da cidade.
Em sua maioria vemos jovens usando seus corpos como forma de pregar e afirmar seus gostos e ideologias por meio de camisetas com imagens daqueles que são suas referências culturais, ídolos da música como The Doors, Nirvana,
Bob Marley Mano Brown entre outros.
Esta é a primeira visão que a grande maioria das pessoas tem ao verem a galeria 24 de maio, popularmente conhecida como a galeria do rock, o que as pessoas não sabem é que aquele conjunto de lojas é mais do que um lugar de encontro para sábados a tarde, a galeria é um ponto cultural, onde culturas diferentes batem de frente mas convivem no mesmo espaço.
Em três andares da galeria as lojas são destinadas a artigos de rock CDs, roupas e acessórios que atendem aos diversos "tipos" de roqueiros já que dentre eles existem "divisões".
São os emos com músicas mais melódicas batidas leves e roupas coloridas, mas sem deixar de lado o preto, os metaleiros com um som mais pesado valorizando os arranjos de guitarra e bateria, na maioria dos casos os homens usam cabelos compridos, os grunges têm como principais ídolos Nirvana e Pearl Jam, possuem um visual mais desleixado com roupas rasgadas e cultivam um som "mediano" que nem é tão melódico nem tão pesado, e os góticos que entre estas categorias são os que mais valorizam o "choque da imagem" com roupas pretas, compridos coturnos e as mulheres e garotas com os rostos pálidos e os lábios sempre pintados com batons escuros, as músicas têm um tom de lirismo com batidas pesadas e marcantes.
Já no subsolo existem lojas diferentes das que dominam os três andares a cima, são estas ligadas ao movimento do rap e do Hip-Hop. Vendem camisetas, CDs, livros e até vinis de ídolos não muito conhecidos pela maioria das pessoas, mas que são referência para os adeptos da cultura periférica como o rapper Sabotage (assassinado em 2003), Racionais M'cs, GOG, Facção Central entre muitos outros. E em minoria, ainda vemos algumas poucas lojas destinadas aos regueiros cujas letras são sempre voltadas para as ligações do homem com a natureza e o poder do pensamento na vida das pessoas, preferem às roupas mais simples chinelos, camisetas tingidas artesanalmente e acessórios também artesanais.
Mesmo em minoria o rap e o reggae são vertentes culturais que dividem o mesmo espaço com uma força cultural maior o (rock), mas nem por isso deixam de ter sua importância, pois independente de qualquer coisa fortalecem seus conceitos e ideologias dentro de um mundo cultural particular, chamado galeria 24 de maio.



Angelina Miranda


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